A Fundação

Como nasceu?

Desde que, em 1970, faleceu o último filho de Eça de Queiroz, Maria Eça de Queiroz de Castro, os seus herdeiros, eu própria, Maria da Graça Salema de Castro, e o meu marido, Manuel Pedro Benedito de Castro, entretanto falecido, iniciámos o processo com vista à constituição da FUNDAÇÃO EÇA DE QUEIROZ. Pertencendo-nos 2/3 dos bens deixados por Eça de Queiroz, para além da Quinta e Casa de Vila Nova em Santa Cruz do Douro (TORMES), pensámos doar estes bens a uma fundação a instituir em vida, a qual teria, como principais objectivos, a continuação e o enquadramento institucional da divulgação e do estudo da obra de Eça de Queiroz, bem como o desenvolvimento de toda uma gama de iniciativas culturais, tanto de âmbito nacional, ou internacional, como de incidência mais estritamente regional. (…)

… e assim começou a História da Fundação Eça de Queiroz.

A Associação de Amigos de Eça de Queiroz, constituída por escritura pública em 23 de Julho de 1988, instituição que congrega pessoas e vontades que têm no legado cultural de Eça de Queiroz uma referência comum, orientou-se no sentido de fomentar o aparecimento e consolidação dessa outra instituição, a Fundação Eça de Queiroz, a quem caberá desempenhar um relevante papel na salvaguarda da memória cultural de Eça de Queiroz através de iniciativas diversificadas. Em 9 de Setembro de 1990, por iniciativa de Maria da Graça Almeida Salema de Castro – actual presidente vitalícia – e Sociedade Anónima “João Pires, S.A.”, cria-se a Fundação Eça de Queiroz com um património avaliado, em estimativa de 1989, em cerca de 933.000 euros.

Esse património, constituído pela Casa e Quinta de Vila Nova foi objecto de intervenções arquitectónicas que numa primeira fase orçaram em cerca de 324.000 euros e que foram comparticipadas pelo I Quadro Comunitário de Apoio, em 70%, pelo PRORN. Numa segunda fase, com início em 1994 e que terminou em 1999, realizaram-se obras no valor global de 749.000 euros, montante esse comparticipado em 75% pelo II Quadro Comunitário de Apoio. Com as transformações arquitectónicas realizadas na Casa Mãe criou-se um espaço museológico, uma biblioteca, um arquivo, um mini-auditório e um espaço para serviços administrativos; Realizaram-se transformações arquitectónicas em três casas de antigos caseiros, destinadas a turismo rural.

Recuperada a eira e beiral, construído um parque de estacionamento, remodelado o estradão, os Arranjos Exteriores em que se salientam o ajardinamento dos espaços e o estabelecimento da rede de rega. Foram feitos investimentos agrícolas – implantação de 4,5 hectares vinha nova, construída e equipada a adega, reestruturação da parte restante da vinha velha e aquisição de novos equipamentos, sendo estes projectos financiados pelo IFADAP. Entretanto, em colaboração com o Instituto Português dos Museus, o Arquivo Distrital do Porto, o Instituto Português da Fotografia, o Museu Soares dos Reis e o Instituto José de Figueiredo, fez-se o tratamento museológico do espólio do escritor. Já recentemente realizou-se a recuperação do espaço do antigo lagar de azeite, onde foi instalado o museu do azeite e uma sala polivalente para o serviço de almoços queirosianos a grupos.

 

No final de 2012 o património da Fundação estava avaliado em cerca de 2.000.000,00€.